29/10/2019 17h45 - Atualizado 29/10/2019 17h52

Palestra- A Violência contra a mulher antes e depois da Lei do Feminicídio

Por Terezinha
para IARGS
Dentre os advogados que fizeram sua estreia no Grupo de Estudos de Direito de Família do IARGS, ao longo do ano de 2019, a Dra Aline Eggers palestrou hoje, dia 29/10, sobre o tema “A Violência contra a mulher antes e depois da Lei do Feminicídio”. Foi recepcionada pela diretora Liane Bestetti.
A advogada informou que, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas pra os Direitos Humanos (ACNUDH), o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de países que mais “matam” mulheres: a cada duas horas uma mulher é assassinada, ficando atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.
Na explicação da Dra Aline, Feminicídio é o assassinato de mulheres em razão de discriminação ao gênero feminino e se trata, irrefutavelmente, de um crime de ódio com perfil de gênero específico.
Ela informou que foi aprovada, no ano de 2015, no Brasil, a alteração do Código Penal Brasileiro para incluir a Lei 13.104, que tipifica o feminicídio como qualificadora do homicídio, reconhecendo expressamente o assassinato de mulheres por razões da condição do gênero, incluindo o âmbito da violência doméstica e familiar, ou que tenha ocorrido em razão de menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
No ano de 2018, referiu, 1.173 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil. Com esses dados, esclareceu que surgem questionamentos relacionados à evolução da questão da violência contra a mulher após a aprovação da Lei do Feminicídio.
Diante disso, questionou como a sociedade está se comportando diante desta realidade. “Precisamos pensar se estamos efetivamente trabalhando políticas públicas adequadas para combater o aumento da violência”, acentuou, acrescentando que os números crescem diariamente e os investimentos caem sensivelmente. “Como proceder? Qual o dever da sociedade, há responsabilidade?”, indagou.
Referente ao RS, advertiu que os dados são ainda mais alarmantes: os casos de feminicíos crescem no Estado 10 vezes mais do que a média nacional, ou seja, a cada 10 registros no país, um (01) ocorreu no Rio Grande do Sul.
“Precisamos pensar, planejar e atuar com urgência. Na violência de gênero, a espera mata sempre!”, concluiu.
Para finalizar, a advogada exibiu o filmete intitulado “Dear Daddy” (Querido Papai), uma criação da organização norueguesa de Assistência aos Direitos da Mulher, em que, por meio de um vídeo, visa a retratar e promover a reflexão acerca das consequências para meninas diante da naturalização da violência em atos de comportamentos ditos machistas da sociedade na criação dos filhos.
Terezinha Tarcitano
Assessora de Imprensa

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