27/09/2017 16h46 - Atualizado 27/09/2017 16h46

Palestra- Os enganos e os desenganos: a vida e a morte

Por Terezinha
para IARGS

O Grupo de Estudos de Direito de Família do IARGS foi prestigiado, no dia 27/09, com a palestra do psiquiatra Dr Luiz-Olyntho Telles da Silva que falou sobre o tema “Os enganos e os desenganos: a vida e a morte”.

De acordo com o especialista, na vida só existem enganos e só saímos dele quando morremos. “Nossos órgãos dos sentidos, responsáveis pela percepção, são propiciadores de enganos”, afirmou. Para exemplificar o tema, citou algumas cenas de teatro da Grécia antiga que demonstram, segundo ele, que enganar-se nem sempre é terrível.

“Uma de suas dimensões, inconscientes, porém, é fazer do sujeito uma vítima da incapacidade para ver claramente a verdade, como nos mostra o Édipo Tirano, de Sófocles, outra é valer-se dessa característica para tirar proveito próprio, como o fez Iago no Othelo de Shakespeare”, explanou.

Na história relatada pelo Dr Luiz-Olyntho sobre a tragédia vivenciada por Édipo, lembrou que ele acabou se exilando e furando os próprios olhos por conta de um engano, pois, na ocasião, o Oráculo de Delfos profetizou que ele mataria seu pai, sem fornecer mais detalhes, dando-lhe a chance de errar. Quando fugiu de Corinto, disse, por medo da profecia se concretizar, não sabia que, na verdade, por ter sido adotado, estaria salvando a vida de alguém que não era seu verdadeiro pai e, durante a fuga, acabou matando um homem que jamais poderia supor que fosse pai de sangue, cumprindo, assim, a profecia.

Já na peça Otelo, o Mouro de Veneza, escrita por William Shakespeare, referiu que o personagem Iago arma uma trama para que Othelo acreditasse que sua esposa Desdêmona havia o traído e, dessa forma, tomar o seu lugar, entre várias outras armadilhas, salientando na história a traição, a rivalidade e a mentira. Narrou que, com ciúme incontrolável, Othelo acaba matando a própria esposa e, logo depois, quando descobriu que tudo havia sido uma trama feita por Iago, sentindo-se culpado, acaba se apunhalando.

Para assistir uma peça de teatro ou algum filme, Luiz-Olyntho sugere a necessidade do público se deixar enganar pela trama para que a história surja efeito. “Enganar-se, às vezes, é propiciador de bem-estar”, disse.

Terezinha Tarcitano

Assessora de Imprensa

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